sábado, 5 de junho de 2010

E.F.E.I.T.O. - Anos e anos da história do cuscuz (Remembers)

A história desta iguaria feita de farinha de milho (em geral graúda) e cozida a vapor há muito tempo me intriga e me faz compartilhar consigo...

A muitos anos atrás em uma pequena cidade do interior da Bahia, Setemanos Têmbolo, vivia um nobre Coronel, que se auto-intitulava o Senhor das Festas. Não havia festa religiosa, aniversário, comemoração de datas históricas ou batismo de Jegue que não tinha festa, ele e sua prendada mulher preparavam em sua grande fazenda que ficava na entrada da cidade as festas abertas ao público.
Em uma época de vacas magras, a seca assolava o resto do interior e este nobre coronel não tinha dinheiro, muito menos mantimentos para fazer o bolo do aniversário dos gêmeos que o mesmo coronel apadrinhava.
Como era querido por todos por ser um homem de mão aberta, logo fizeram um mutirão para arrecadar mantimentos para a festa, trouxeram sardinhas, farinha de milhos, carne seca, azeitonas, ervilhas e tudo o que se podia arrecadar foi entregue na fazenda do Senhor das Festas. Logo Dona Zéfa percebeu que não recebera nada doce e não poderia fazer os bolos dos aniversariantes.
O Senhor das Festas ficou arrasado e foi procurar o que poderia fazer, procurar frutas ou um “Q” de condimento açucarado para fazer a festa. Olhando todo aquele mundo de coisas salgadas lhe veio um estalo e a idéia se acendeu como um instante entre a lâmpada apagada e acesa...

Gritou o Coronel: Dona Zéfa! Vamos fazer bolos salgados para meus afilhados.

Todos logo aceitaram e puseram-se a cozinhar e achar uma formula boa para este bolo, juntaram ervilha, farinha, azeite e sardinha e chegou-se a um bolo, bonito, vistoso colorido e gostoso. Serviram ao nobre Coronel, que disse:

Coronel: - Está uma delicia!!! Qual o nome desta iguaria?

As cozinheiras se entre olharam e por fim miraram seus olhares para a dona da casa, que gaguejou, enrolou e ouviu de dois menino que estavam escondidos embaixo da mesa da sala com as bocas cheias de bolo e conversavam...

Menino 1: - Esse bolo será para os anos de nossos priminhos...
Menino 2: - É então será para anos e anos pois será dois bolos pois são dois meninos...
Menino 1: - hihihihihi então será bundas-bundas...
Menino 2: - que nada será cuscuz...

A mulher num grito de surpresa, alegria e sorrindo pela piadinha soltou o nome do bolo:

Dona Zéfa: - É Cuscuz, em homenagem a esta terra, que fez de tudo para fazer esta festa e têm por si que se têm anos tem bolo...

Foi assim sem tirar nem por que surgiu o Cuscuz...