sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tinha uma pedra no meio do caminho... E ela pode ser você.

Certa feita li um texto lindo, falando sobre pedras no meio do caminho, sobre como a vida não é fácil, sobre os momentos tempestuosos ou calmaria. Esse texto citava as pessoas que encaram as pedras como pedras, obstáculos intransponíveis e que vivem a reclamar da falta de sorte, mas nada fazem, nem sobre a pedra nem sobre o resto da vida. Como dizia o texto "Não sentem o cheiro de terra molhada de orvalho, nem percebem quão macia e convidativa é aquela graminnha para um pequeno descanso" (algo mais ou menos assim). Se perdem ao olhar pra perda e perdem o tempo sem trilhar seu caminho. É ai que anos viram segundos,é ai que perde-se verdadeiramente o tempo.


Esse texto sugere que contornemos essa pedra, que mudemos nosso caminho, que até poderá ficar mais longo, mas será proveitoso, muito mais do que ficar atônito olhando a pedra. Nos mostra que essa ruptura pode ser o indício de uma oportunidade, mas ressalta que esse momento de pensar e mudar, mas pode não ser dos melhores, pois pensar requer tutano, cabeça, miolo,requer sinapsis neurais e uma auto-crítica aguçada e corajosa.


Mostra também como a vida cresce e assim como a espiral de Fibonacci, a vida não é um ciclo sem fim para todos, mas pode ser um crescer passando momentos similares,mas que sua bagagem nesse caminho pode estar mais cheia e lhe ajudará a transpor pedras maiores, as vezes sem a necessidade de fugir.


É interessante observar aqui que essas pedras quando transpostas nos dão grandes alegrias e momentos de felicidade intensa, o sentimento de vitória, do objetivo alcançado de que valeu a pena agir e conforme vamos passando por pedras nos mostra que valeu a pena viver.


Pois bem terminava dizendo que não era fácil, pois não é mesmo. Lutar por algo nunca é fácil, mas se tem Amor, de verdade, correndo nas veias e temos a vontade de que aquilo dê certo lutamos por aquilo. Pois aquilo valerá a pena.


Mas se não temos um ou outro detalhe não é bom lutar. Dai o mais fácil mesmo é desistir, deixar a pedra de lado, mudar de caminho e esquecer que a pedra existe. O problema é que no fundo no fundo saberemos onde a pedra está, saberemos daquele fracasso e por mais vivido e longe da pedra estivemos, mesmo que plenamente satisfeitos com a vida bem vivida, terá no horizonte um cisco e saberemos dentro de nós que a pedra está lá.


Quando se quebra um muro, muitas pedras caem e ficam no caminho. Não conseguimos limpar esse caminho sozinho. Alguns até tentam, mas outros já chamam ajuda antes mesmo do muro estar no chão.


Espero um dia reencontrar esse texto, para linkar para vocês, anônimos leitores e para que me ajudem a ver se a lembrança é forte o bastante. Se estou certo ou se tirei conclusões precipitadas do texto.


PS: (a autora liberou o Link, UEBAAAA!)






Continue a nadar... continue a nadar...



No meio do caminho tinha uma pedra 
Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no 
meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no 
meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no 
meio do caminho tinha uma pedra.