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quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Luzes @ São Paulo
A luz que entra por minha janela.
Me faz lembrar que a Paulicéia não dorme.
O sinal fechado da esquina faz piscar.
Verde, amarelo e vermelho.
Não adianta esconder com o travesseiro.
Elas estão lá a piscar.
Como calipígias fadas.
E suas pretuberâncias iluminadas.
O apito do guarda desnecessário.
E bem nesse horário.
A maioria dorme, nós não.
Insones vertebrados e suas carapaças de sofá.
Mesmo com televisores desligados.
Esperando um descanso que não vai chegar.
Filhos esquecidoa de Morpheu.
Sonados como a fé de um ateu.
Vamos fugir?
Pra Passargada ou pra outro lugar.
Vamos fingir.
Ser felizes num post a compartilhar.
Vamos dormir.
De olhos abertos pra luz a brilhar.
Vamos nos despir.
Das mentiras de outrora e a verdade a queimar.
Saia, daqui ou vista-se.
Deite-se aqui e beije-me.
Pois só assim posso ir.
Ao encontro dum mundo que não me pertence.
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