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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ensaio de sangue no bar.

Duas da manhã nessa taberna.
Ninguém viu a cena inusitada.
Josélio com a garganta aberta.
Zélia Bella com a mão ensanguentada.

Desse buraco o sangue jorrava.
Faca no chão, respingos na janela.
E a multidão que se aglomerava.
Clamava justiça e declaração de Bela.

Todos a olhavam com desprezo.
Tinham certeza de que fora Zélia.
O desenho da pintura sem o zêlo.
Mostrava tudo, arma, provas e Ela.

Enquanto o preconceito aumentava.
E as pessoas se enchiam em desespero.
Ela se dirigiu tranqüila ao meio.
E pediu um instante a palavra.

"Amei, José como a nenhum outro.
Mas isso nunca foi o suficiente.
E só deus sabe quanto tesouro.
Perdi nas mãos deste delinqüente."

" Mas o pior está por vir,
Pois se parece que sou culpada.
Digo a quem quiser me ouvir.
Dessa morte não devo nada".

" Josélio devia até a alma.
E não sabia como pagar.
Preferiu de forma errada.
Com sua vida exterminar."

"Vendo a cena acontecer.
Corri para tentar evitar.
Mas não consegui conter.
E sua morte vi chegar."

"Naquele momento decidi.
Que minha vida hei de tocar
Para não ter que repetir.
O que Joselio fez no bar."

E ainda por cima hei de sentir.
Que por Joselio só fiz foi AMAR.



Daniel Bronzeri Barbosa (24/11/2010)