Meu nome é Daniel e sou um
apaixonado por tecnologia, inovação e pelo futuro em geral. Tenho gosto por
estudar tendências, perceber o novo, utilizar, fuçar e principalmente aprender.
Aliás aprender é um vício e quanto mais aprendo mais percebo o quanto ignorante
sou, como o filósofo Sócrates proclamava “Só sei que nada sei.”
Há mais ou menos 6 anos, quando tablets, smartphones e outros dispositivos explodiram em sucesso e os apps e
aplicações web começaram a tomar conta do cenário de software (existem outros
tipos de softwares, mas esses estão notoriamente em evidência), mesmo depois do
qualquer-coisa-as-a-service (similar
a qualquer-coisa-como-serviço), tenho voltado minha atenção para o cidadão no
futuro. Como serão mães e pais no futuro? Como serão as crianças do futuro?
Como serão os amigos do futuro? Culminando com a questão de como serão os
trabalhadores (e não direi que são empregados, para de fato generalizar
independente da classe, empresários, políticos, empregados, autônomos, etc...).
E essa última questão me deixou ainda mais apreensivo pois quando percebo o
ritmo acelerado da evolução do mercado e a exigência que temos e impomos a nós
mesmos e a nossos próximos, percebo que o “profissional do futuro” ainda não
está preparado para esse futuro.
Sem afirmar que os robôs e a
automação vão roubar os empregos (embora exista uma verdade nisso), nem que as
pessoas não são preparadas pois não querem (embora também exista um pouquinho
de verdade nisso também), mas máquinas, linguagens de programação, leis, os
trabalhos mais braçais estão em constante evolução. E o que é trabalho
repetitivo, que tenha entrada, processamento e saída, sem ter uma certa
“humanidade” nisso está propenso a acabar.
A inteligência tende a ser cada
vez mais artificial, a informação, o conteúdo está cada vez mais a disposição
das pessoas, “dê um google” para aprender sobre qualquer coisa e explodirá na
sua tela ao menos uma forma de fazer (pode não ser a mais recomendada, mas tem
um jeito). Ou seja, o que for informação, dado, processamento e saída de outra
informação mais hora, menos hora um robô ou bot irá fazer e nesse momento então
a frase mudará para “Elementar, meu caro Holmes!” (by IBM Watson).
Mas se não estamos preparados
para ser ou moldar o profissional do futuro, como devemos fazer? Ou melhor o
que devemos esperar desse profissional do futuro?
Klaus Schwab, Engenheiro e
Economista Alemão, presidente do Fórum Econômico Mundial - FEM, já afirmou que
estamos vivenciando a Quarta Revolução Industrial, uma era que une as
tecnologias digital, física e biológica e modificará não só a maneira como
vivemos, mas como trabalhamos. E assim sendo, enquanto alguns trabalhos
desaparecerão, outros ficarão mais importantes e alguns nem existam ainda.
Muitos estudos buscam entender o
que é necessário para a formação desse “profissional do futuro”, ou seja quais
habilidades e competências serão necessárias e como todo futurologismo, existe um pouco de chute de cada um dos
entrevistados. Usando como base a pesquisa do Fórum Econômico Mundial - FEM, chamada
“The Future of Jobs: Employments, Skills
and Workforce Strategy for the Fourth Industrial Revolution”, que
questionou especialistas em recursos humanos e gestão estratégica em empresas
do mundo inteiro que revelou as 10 principais habilidades que o profissional
deverá possuir até 2020 para não ficar perdido.
Sempre bom lembrar que habilidade
não é dom. Definimos aqui habilidades como características que foram aprendidas
e/ou melhoradas com uma abordagem teórica e/ou prática, através por exemplo de
uma formação ou capacitação. Já o dom é algo natural, que nasce com a pessoa,
as vezes confundido com o talento que por sua vez pode ser um natural ou algo
aprendido, exercitado e executado a perfeição. Quando se confunde habilidades
com dons ou mesmo a talentos que as pessoas tenham as pessoas tendem a dizer
que “não dão pra esse negócio”, desistem antes de tentar ou sequer procuram
aprender e é nisso que pretendo focar.
É possível alcançarmos todas as
habilidades necessárias, algumas melhores que as outras, o dom e o talento
ajudarão demais a aumentar sua competência, porém o conhecimento e o exercício
unido ao poder de adaptação que a humanidade tem nos ajudará a enfrentar o
futuro.
Vamos as 10 habilidades para o
futuro:
1. Resolução de problemas Complexos
Trabalho nada mais é do que a
resolução de problemas. Qualquer coisa que você faça na vida para ganhar
dinheiro é a resolução de um problema para alguém. Essas resoluções de
problemas podem ser divertidas, interessantes, perigosas, pode até não ser remuneradas,
mas sempre serão a resolução de um problema. Podemos resolver problemas sem
querer, sem ter isso como um objetivo, indiretamente, mas continuarão sendo uma
resolução.
E resolução de problemas
complexos não é uma habilidade que normalmente nasce com a pessoa, é algo
adquirido com o tempo, com as experiências e quanto mais abrangência de
pensamento, quanto mais diverso o conhecimento da pessoa, quanto mais aberto a
experiências a pessoa for, melhor ela estará preparada para resolver problemas
e por experiência isso irá se aprimorar ao longo dos anos. A habilidade, que consiste na capacidade de
resolver problemas novos ou de uma forma nova diferente do comum, pode ser
considerada inovação e é construída a partir de uma base consistente de
pensamento crítico.
O cidadão do futuro deverá ter uma
certa elasticidade mental para resolver problemas que nunca viu antes, que
podem ficar mais complexos a cada minuto e que podem se transmutar em outros
problemas e com a atual abundância de dados e a velocidade de disseminação da
informação precisamos estar ainda mais preparados.
Os solucionadores de problemas
complexos serão “os caras” no futuro, arrisco a dizer que terão os melhores
benefícios (sendo a recompensação financeira, que hoje chamamos de salário, um
desses benefícios).
OK, até aqui diversos estudos,
com algumas palavras diferentes mostram isso, mas como se transformar nesse
“cara”?
Minha sugestão: estude,
diversifique, visite lugares inusitados, assista filmes diferentes do que está
acostumado, questione sem parar, como quando na primeira infância, aprendendo o
que era o mundo, seja no nosso quarto, seja na rua, na creche como você
aprendia o que precisava.
Pergunte o que é? Como funciona?
Como faz? Aguce seus sentidos, leia revistas diferentes, ouça ritmos
diferentes, interaja e principalmente observe e ouça de forma genuína. Se no
meio de uma conversa você tiver tempo de pensar em uma lista de compras você
não está prestando muita atenção.
2. Pensamento crítico
O pensamento crítico segundo Richard
Parker e Brook Moore, em seu livro “Critical Thinking” de define
(resumidamente) como sendo “a determinação cuidadosa e deliberada sobre
aceitar, rejeitar ou suspender o julgamento acerca de uma dada afirmação e o
grau de confiança que alguém deve aceitar ou rejeitá-lo”.
Ter um pensamento crítico ou mais
ainda ser um pensador crítico será uma habilidade igualmente valiosa e
proveitosa para a primeira habilidade, num espaço ainda menor de tempo, segundo
o relatório da WEF nos próximos 3 anos. Os pensadores críticos serão peças
fundamentais em qualquer equipe, principalmente nas multidisciplinares.
No pensamento crítico ressalto a
lógica e o raciocínio, que (junto com outras características) faz o pensador
ser capaz de utilizar essas características para questionar um determinado
problema, considerar as possíveis soluções, abstraindo impossibilidades, para
superá-lo, ele ajuda a apontar os pontos positivos e negativos, a cada
abordagem.
Para isso ser bem efetivo existem
algumas ferramentas que podem ajudar a explicitar esses pontos, cito duas, a matriz
swot (para forças, fraquezas, ameaças e oportunidades, também conhecida como
matriz “fofa”) e o diagrama de pareto (também conhecida como curva ABC ou regra
80/20), ferramentas que ajudam a realçar os pontos, deixando mais visual e facilitando
as tomadas de decisões.
3. Criatividade
Sob o ponto de vista humano, a
criatividade é uma qualidade adquirida e iniciada na infância que busca em
idéias a fonte para criar novas coisas. Ou em sua definição de dicionário,
criatividade é a qualidade ou característica de quem é criativo de quem cria
algo.
Antes de abordarmos criatividade
gostaria de ressaltar que, criatividade não é um dom, embora todos tenhamos
nascido criativos e somos podados com o passar do tempo pelos 5 Ps, onde temos:
pais representa os próprios e familiares que dizem não para uma criança
em aprendizado constante, limitando por vezes até mesmo sua imaginação dizendo
que ele vive no mundo da lua ou para parar de ser ridículo; padres
representa não só a igreja ou líderes religiosos, mas todas as crenças que
delimitam ações, que limitam a evolução e só mudam com o tempo, professores
e toda a limitação específica a uma forma de se ver o mundo, a forma que aquele
professor ver aquela matéria, por mais abrangente que ele tenta ser, se ele
gosta mais de Machado de Assis ou se ele é socialista, se acha que a relação
áurea é incrível ou física quântica ele tende a te ensinar assim, pode até ser
bom, quanto mais abertos melhor, mas com certeza leva a um posicionamento e um
viés ou seja a limitadores, políticos e suas leis, suas regras criadas
para domar e para gerir a sociedade e patrões que de forma clara impõe a
visão de mundo dele utilizando apenas sua cabeça, sua força, seu serviço para o
bem do lucro ou sucesso da empresa, lembre-se você se coloca em um lugar aqui.
Criatividade é para todas as
pessoas, independente da condição, ser criativo é ser capaz de juntar
informações díspares ou não e a partir dessas conjunções, construir coisas
novas, novas ideias, novos processos, novos produtos... A imensa quantidade de
novas tecnologias exige do novo profissional uma criatividade enorme para se
adaptar, manter-se atualizado e se beneficiar dessas mudanças.
E mesmo com todo crescimento da
robótica, as máquinas, não demonstram a criatividade humana, elas conseguem
copiar com perfeição, seguir padrões, mas não conseguem criar algo do zero. Com
base nas pesquisas com Inteligência Artificial e suas personas “Cortana” na
Microsoft, “Watson” na IBM, “Siri” na Apple e o Google Assistente.
Como a criatividade já é uma
ferramenta importante no mercado de trabalho de hoje, nos próximos anos ela será
uma habilidade imprescindível nas empresas. E para ser criativo é bom seguir as
tendências acima, precisa ser observador, ser diverso, ser mais abrangente do
que específico. É importante fazer coisas diferentes diariamente, trajetos
diferentes, atividades diferentes, se não pinta, pinte, se não canta, cante,
escreva, desenhe, assista filmes e canais diferentes do comum. Assim sua
bagagem de conhecimento cresce e a possibilidade de combinar coisas novas e ser
inovador cresce também
4. Gestão de pessoas e Liderança
Pessoas sempre serão os
principais recursos de uma empresa, segundo Vicente Falconi “empresa é uma
organização de seres humanos que trabalham para facilitar a luta pela
sobrevivência de outros seres humanos”, ou seja empresa é um conjunto de gente
que quer resolver um ou mais problemas, mesmo com todo avanço tecnológico da
inteligência artificial e/ou a automação do trabalho.
E sendo as pessoas a empresa como
um todo, essas podem ficar cansadas, doentes, distraídas, desmotivadas, sem
rumo e uma infinidade de problemas que demanda uma gestão ainda maior dessas
pessoas. É nesse momento que aumenta o papel do
líder.
Criou-se um discurso comum nos
setores de RH das empresas que é “contratamos pelo currículo e desligamos pelo
o que a pessoa é (ou se apresenta)” Ou seja, contratamos pelo conhecimento e
experiência e desligamos pela atitude, logo atitude (implícita em diversas
habilidades aqui apresentadas) é extremamente importante acompanhar do ponto de
vista de liderança.
Saber gerenciar pessoas,
lidera-las a um propósito em comum, significa saber maximizar o potencial de
cada um do grupo, identifica individualmente cada pessoa o que amplifica seu
potencial e sua produtividade. Ouvir, entender e por vezes atender suas
expectativas, porém quando for preciso negar ter uma resposta coerente para
elas. A gestão de pessoas é uma ferramenta muito importante e se conecta
diretamente com a inteligência emocional e com a nossa próxima habilidade
fundamental, a colaboração.
5. Colaboração (Trabalho em Equipe)
Trabalho em equipe sempre foi uma
habilidade necessária, mas nos últimos tempos e cada vez mais no futuro a colaboração
será de fundamental importância em qualquer ambiente de trabalho e é aqui que
nós seres humanos conseguimos ir melhor que as máquinas, nossos protocolos de
comunicação se adaptam extremamente mais rápidos e temos muito mais
flexibilidade para acertar isso.
As empresas estão priorizando a
contratação de pessoas com fortes habilidades interpessoais, ou seja, que
saibam se coordenar e se relacionar bem com outras pessoas colegas de trabalho,
subordinados e superiores.
A colaboração amplifica a
potencialidade de cada um, pode fazer as vezes do marketing pessoal, porém
mostrando resultados e insumos factuais, quando você compartilha um texto, uma
idéia, um vídeo, um passeio ou qualquer coisa, mostra que você tem conhecimento
daquilo, sem precisar propagandear aquela coisa. E dá chance de outras pessoas
que nem sabiam que você tinha essa habilidade, compartilhar outras coisas com
você, amplificar o conhecimento ou mesmo te ajudar a ser melhor.
A coordenação do trabalho em
equipe ou aberto (com o mundo) é uma habilidade social que envolve saber se
comunicar (bidireccionalmente), trabalhar com pessoas de diferentes
personalidades, etnias e culturas e principalmente lidar com as diferenças de
cada uma delas, se possível como um fator positivo.
6. Inteligência Emocional
Inteligência emocional é um
conceito da Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer, avaliar e lidar
com seus próprios sentimentos e os sentimentos dos outros. Popularizado pelo
psicólogo Daniel Goleman que define a inteligência emocional em 5 componentes:
autoconhecimento, autocontrole, motivação, empatia e interações sociais
positivas.
Essa habilidade é muito
importante para suportar outras já comentadas aqui como Liderança e Colaboração
e por isso igualmente importante.
Para desenvolver o autoconhecimento
poderia ir para o comum, coach, terapia, meditações, um olhar voltado a si
mesmo, mas prefiro indicar atividades mais práticas, questionar amigos a
apontar os pontos fortes e fracos, pedir feedbacks constantes as pessoas
próximas, principalmente como estamos falando da parte profissional de
superiores, colegas e subordinados, ouvir e ler atentamente as críticas ao seu
trabalho e nunca dar de ombros e ignorar, prestar atenção e tentar aprender com
aquilo.
Na parte do autocontrole, também
prefiro ir para as tarefas práticas, verificar o que te tira do eixo e
trabalhar aquilo com afinco, verificar o que você pode fazer diferente,
escrever o que poderia ter feito diferente, aprender a se desculpar e a
desculpar os outros para se tornar melhor. Isso depende muito de tomar decisões
em ser melhor.
Para se motivar e motivar outras
pessoas é importante perceber a etimologia da palavra motivação, ter um motivo
para tomar uma ação. E perceba que motivos não faltam na vida de ninguém.
Reforçar seus pontos positivos, destacar as oportunidades de melhoria em si
mesmo e nos outros, por vezes é a melhor saída. Se você se apegar aos erros, as
dificuldades, dificilmente conseguirá fazer diferente e a tendência é se
deprimir e não se motivar.
Criar empatia não é fácil e as
pessoas misturam muito a empatia com a simpatia, mas se tem, duas dicas que eu
daria nesse quesito, podem parecer óbvias mas são as que mais uso no cotidiano,
se coloque no lugar do outro e seja verdadeiro, genuíno. Essa segunda é muito
importante pois muitas vezes para amenizar o impacto de algo, falseamos a
realidade, floríamos a história, para ser melhor aceita, as vezes sem perceber.
Precisamos ser muito atentos a isso para evitar o erro de comunicação.
Por fim, nesta habilidade, com
interações sociais positivas entendo que seja utilizar os 4 primeiros conceitos
com os outros, com desconhecidos, com qualquer pessoa que você venha a
interagir, não necessariamente alguém que tenha relações diretas, com a moça do
caixa da padaria, com o frentista, com a recepcionista, com a faxineira, com o
mundo.
7. Julgamento e tomada de decisões
As empresas geram inúmeros dados,
KPIs sem fim, todo dia aparece um novo indicador para se avaliar e com isso
aparece a necessidade de pessoas que não apenas criem esses números, leiam
esses dados e interpretem em informações significativas, mas também que tomem
decisões assertivamente, principalmente em momentos críticos.
De acordo com relatório do FEM a
tomada de decisões e o julgamento será uma habilidade fundamental no mercado de
trabalho de 2020. Os profissionais do futuro examinarão números utilizando Big
Data, a procura de insights nas informações analisadas e precisarão cada vez
mais tomar decisões estratégias nas empresas, julgando o que é importante,
urgente ou ambos e principalmente baseado em objetivos claros e fáceis de
explicar, lucro, aumento de vendas, diminuição de perdas, salvamento de vidas,
disponibilidade de produtos e serviços etc...
Aqui quanto maior o pensamento
crítico (habilidade já descrita acima), o foco no objetivo e poder de concisão,
melhor será o julgamento e a tomada de decisão, mais uma vez ferramentas como
por exemplo, análise de SWOT (citada no pensamento crítico), poderá facilitar
as tarefas.
8. Orientação de serviço
O conceito de orientação de
serviços acredito que venha da informática e tem relação com mudanças absolutas
no mercado. Como dito na introdução, muitas coisas viraram “as-a-service” (como serviço), carro-as-a-service (também conhecido
como Uber), casa-de-férias-as-a-service
(AirBNB), cinema-as-a-service
(Netflix), entre outros.
Segundo o estudo do FEM empresas do
ramo alimentício, e de TI estão sendo confrontadas por seus consumidores quanto
a novas preocupações como segurança alimentar e privacidade por exemplo, e para
não perder clientes, reputação ou prestígio, precisam responder a esses
clientes de forma inteligente e rápida e geralmente utilizam seus serviços de
atendimento ao cliente.
Porém isso não basta, agilidade e
assertividade são muito importantes, mas orientar o uso de seus produtos e
serviços aos clientes é fundamental e muitas empresas querem além disso,
transformar seus produtos em serviços para ganhar recorrência. Aqui entra esse
novo profissional que deverá conhecer seu público alvo, estudar seu cliente com
afinco, seus hábitos em geral (compra, utilização, nível de exigência...) para
adaptar a abordagem e principalmente o discurso a realidade do cliente.
Voltando as empresas
alimentícias, não adianta por exemplo vender o leite condensado, precisa
ensinar a fazer o doce, criar o desejo do doce que esse insumo provê e para
isso eles disponibilizam receitas, forma de armazenamento, histórias dos doces.
Empresas de tecnologia criam vínculo não apenas pela ferramenta que ela produz
e a necessidade do consumidor, por vezes ela cria a necessidade, cria o desejo,
as facilidades, o que o uso daquele produto proporcionará a pessoa.
Esse profissional criará a
história que vai conquistar o cliente, por isso é importante aprender a contar
história, a criar ambientes propícios para encantar e aguçar a imaginação dos
clientes.
9. Negociação
Se pensarmos na crescente adesão
de máquinas e inteligência artificial no mercado e consequentemente a automação
do trabalho, todas as habilidades sociais, que estamos discutindo se tornam ainda
mais importantes.
Quando falamos em negociação,
pensamos logo em preços, descontos, compra e venda de produtos e serviços. E
muitas pessoas ignoram essa habilidade essencial no convívio social.
E todos os cargos e funções
precisam saber negociar, para definir prazos, para indicar limitações, indicar
e aceitar atividades ou seja a capacidade de negociar com colegas, superiores e
subordinados será essencial e estará no alto da lista de habilidades
desejáveis.
E pense bem se alguém disser que
não sabe negociar, pois todos sabemos, podemos treinar mais ou menos, ser
melhores ou piores, mas desde criança aprendemos a negociar, desde bebê quando
não queremos mais comer fechamos a boca e a mãe em uma livre negociação imita
um avião para você abrir a boca e comer mais um pouquinho, ou então negociamos
a hora de dormir, mais tarde na adolescência a hora de voltar pra casa, o que é
uma nota aceitável na escola. Negociar faz parte do nosso cotidiano e deve ser
exercitado constantemente.
10. Flexibilidade cognitiva
Se tivéssemos que explicar em uma
frase essa habilidade acho que poderíamos resumir em “ter facilidade para sair
da zona de conforto”. De forma mais teórica a flexibilidade cognitiva é a
capacidade de adaptação de estratégias cognitivas face a novas e inesperadas
condições ambientais. Essa flexibilidade cognitiva quer dizer pensar de
maneiras diferentes ao seu usual, imaginar diferentes formas para resolver um
problema e quanto mais livre e desafiadora for esse pensamento melhor.
Quanto mais flexível uma pessoa,
mais ela será capaz de antever novos padrões e com isso propor soluções
diferenciadas, inclusive imaginar os novos problemas e antever fracassos, para
aprender com o pensamento e não com o erro da execução. Aliás como diz o
filósofo brasileiro contemporâneo, e professor: Mario Sergio Cortella: “Não é
errando que se aprende, mas corrigindo o erro!”. As pessoas com maior
flexibilidade anteveem-se aos problemas e pensam nos diversos caminhos, acham
as dificuldades e já trabalham em como vencê-las antes delas aparecerem.
Essas pessoas são aguardadas com
afinco pelas empresas, pois ao mesmo tempo que desenvolvem soluções inovadoras,
evitam perdas, ou seja, ganham mais e perdem menos ampliando o resultado.
Para ser mais flexível
cognitivamente, precisa exercitar e para isso fazer coisas diferente é
essencial. Mas além disso, vencer medos, traumas e desconstruir mitos e crenças
nos fazem alterar padrões e com isso aceitar mudanças com mais facilidade e
consequentemente melhorando sua flexibilidade cognitiva.
Por fim uma coisa muito
importante que aprendemos com a natureza e principalmente nas palavras de Bruce
Lee: “Esvazie sua mente, seja amorfo, sem forma, como a água,
você coloca a água num copo, ela se torna o copo, se você coloca
a água numa garrafa, ela se torna uma garrafa, se você coloca numa
chaleira, ela se torna uma chaleira”. Seja água!
Conclusão
De acordo com o relatório do FEM,
um terço das habilidades consideradas essenciais hoje não serão necessárias em
3 anos. O mundo está crescendo exponencialmente em dados e informação e
acelerando cada vez mais a evolução.
Para acompanhar o ritmo das
mudanças que sofremos todos os dias, precisamos estar preparados, nos “armar”
dessas habilidades ou aprimorá-las o máximo possível. A excelência depende da
nossa vontade e disponibilidade.
Não podemos ficar parados
esperando as mudanças acontecerem para depois fazer algo, temos a oportunidade
de atualizar, de corrigir o nosso rumo, mesmo antes de sair ao mar do
conhecimento.
Reflita bem se é importante se
aprofundar em algo que você já saiba, pensem mesmo que de forma fictícia, se as
tarefas que você executa existirão no futuro. Se é possível automatizar ou
colocar um computador fazendo o que você faz. Se for ele será melhor que você?
Mais rápido? Mais eficaz?
Vale a pena renovar suas tarefas?
Definir novas atividades? Descobrir problemas para resolver? Descrever suas
funções e se contratar? Construir novas conexões? Vale a pena se diferenciar?
Você vai esperar mais motivos para
assumir o rumo da sua carreira/vida?