Está difícil dormir.
Voltei a velha rotina.
E não vou mentir.
Pra passar a agonia.
De qualquer coisa assistir.
Trocando noite e dia.
Durmo quando muito tarde.
Peno para acordar cedo.
Enfrento a necessidade.
De vencer meu desespero.
Deito quando o sol arde.
Sonho mais que pesadelo.
Vejo, lua, sirius e marte.
Me arrasto o dia inteiro.
Mas depois da escura oito.
Meu relógio me acorda.
Fico esperto e até afoito.
Isso muito me incomoda.
Busco cura, chá ou coito.
E o prazer já não consola.
Mal descanso, mal relaxo.
To cansado mas não durmo.
Peço ajuda e não acho!
Penso alto e até murmuro.
Conto ovelha, penso em riacho.
Descontraio, respiro fundo.
Não adianta, que diacho.
Sou capacho desse sono!
É o descompasso da saúde.
Pelo menos me respeito.
Não esqueço do alaúde.
Que me toca fundo ao peito.
Nem de minha sã virtude.
De fazer o que é direito.
Deito, cubro e fico a espera.
Do toque sagrado de Morfeu.
E se for uma pancada.
Antes nele do que neu!