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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Resposta ao seu vício

Pra que me quer inteiro.
Se não aguenta nem metade.
Fala muito do meu cheiro.
E não faz a sua parte.

Não me ajuda logo em nada.
E só fica ali olhando.
Joga meia temporada.
E acha que está empolgando.

Não está nem se banhando.
E nem paga o ingresso.
Mente tudo em preto e branco.
Sua palavra é retrocesso.

Faz papel de coadjuvante.
E nem mesmo é um artista.
Do passado está distante.
No presente é futurista.

E se acerta em um grupelho.
Abre uma exposição.
Erra no arroz saltinho.
Queima o básico feijão. 

Faz do fim sonum suspiro.
Deixa o prato na minha pia.
Tem os dentes de vampiro.
Suga sangue e língua fria.

Se te trago um regalo.
Reclama da ausência.
Rói o osso até o talo.
Dá pra cabo, continência (haja paciência).

Acha tudo uma droga.
Quer meu todo, tudo certo.
Se num copo, cê se afoga.
Seu vício é um decreto

Nesse vasto tabuleiro.
Que a derrota nos envolve.
Acredite isso é certeiro.
Nada mais que se resolve.

Dando voltas nesse mundo.
Cá estou em solidão.
Por querer Amar profundo. 
Acabei em ilusão.