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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Delegar tarefas e funções: Uma habilidade para melhorar a liderança.


Uma das atribuições essenciais para um bom líder que são fáceis de dizer, mais desafiadoras de se fazer (para muitos quase impossível) é delegar tarefas e funções.

Em um estudo da Universidade de Stanford (A 2013 executive coaching survey), 35% dos executivos entrevistados disseram que precisam aprender a delegar tarefas e funções para serem melhores líderes, enquanto 37% dizem buscar o desenvolvimento dessa habilidade.

Delegar tem mais a ver com confiança e coragem do que técnica, fórmulas e processos. Existem muitos treinamentos e procedimentos a aplicar para se delegar tarefas e funções, mas a verdade é que depende do líder que o faz. Deve ser praticado, com parcimônia e cuidado para não ser no jargão executivo-hype “delargar”, mas precisa ter consistência e persistência na prática dessa habilidade.

Exige entre outras coisas uma reflexão sobre a tarefa e conhecer as pessoas que a receberá. E acima de tudo avaliar se não estamos caindo em armadilhas criadas, seja por uma cultura equivocada, uma crença mal desenvolvida ou de falsos pensamentos que aqui chamarei de “fantasmas” que nos cercam e nos afastam de uma boa resolução.

Esses “fantasmas” funcionam como o alter egos de nosso subconsciente que fica sussurrando em nosso ouvido para ir a um caminho ou outro. Classifico os 5 principais que considero abaixo:

  • Super-Homem: Nos torna no herói mais completo, sabemos que temos nosso ponto fraco, nossa kriptonita, mas isso apenas para ser “humilde” e não ser perfeito, uma frase que marca muito esse fantasma é “Isso eu não posso delegar, seria largar minha responsabilidade”. 
  • Peter Perfeito: Nos transforma no cara! Sabemos tudo, fazemos tudo e sempre da melhor forma e não podemos delegar pois ninguém consegue ser tão bom quanto nós, geralmente falamos “ Se quer algo bem feito, faça você mesmo! ” e com isso não conseguimos distribuir as tarefas mais banais, chegando cedo pra fazer café, organizar pequenos eventos ou mesmo trocar uma lâmpada. 
  • Flash: Nesse “fantasma” nos sentimos o mais rápido, por vezes não é da melhor forma de se realizar a tarefa (a maioria delas), mas estamos sempre correndo, temos sempre uma folhinha na mão, um caderno, uma caneta para mostrar que estamos muito ocupados nosso lema é “Isso é simples e mais rápido eu mesmo já executar”. 
  • Sr. dos Anéis: Nos tornamos O ser supremo, exímio executor, sênior, costumamos ficar rodeados de pessoas medíocres e/ou tidas como inexperientes (isso é, quase sempre, inconsciente). Em resumo ninguém está pronto tanto quanto nós para aquela tarefa, logo não podemos delegar e executamos. 
  • Exclusivo (Riquinho Rico): “Eu só realizarei essa tarefa/função, pois pediram diretamente pra mim, o presidente, o diretor, o gerente quer que EU, exclusivamente EU, faça isso pessoalmente...”, geralmente em conjunto com esse discurso vem questões (desculpas) afirmativas como: por Sigilo, por Segurança, pela Qualidade (impar da forma que eu faço)... Isso nos impede de compartilhar, muitas vezes com um discurso de que “até gostaria de delegar pois entendo que vocês, meus liderados, dariam conta com o pé nas costas, mas...” sempre tem uma conjunção adversativa que explica o “não-delegar”. 

Existem outros “fantasmas” e quase todos, como os acima mencionados, apontam como causa raiz o medo (por isso disse no começo que delegar é uma questão de coragem, pois coragem não é a ausência de medo, mas sim o fato de enfrentá-lo, ausência de medo na maioria das vezes vem da ignorância do risco, mas isso fica pra um outro dia...) mas quais são esses medos: (1) da dependência (se acostumar com a ajuda); (2) de parecer fraco; (3) de parecer largar as tarefas; (4) do desapego (gosto tanto de fazer isso...); (5) da falta de tempo; (6) de perder o emprego (ser trocado por alguém melhor); (7) da imaturidade do outro; (8) da qualidade do outro; (9) de sobrecarregar o delegado; (10) de perder o controle (talvez o maior de todos).

Você pode estar se questionando: - tá, eu me enquadro em um, dois ou três desses quesitos, apontar é fácil, identificar o problema OK, mas como resolver?

Por isso juntei uma MasterClass XYZ (brincadeira... não fiz nada disso, nem isso é um fishing de treinamento), por isso aponto abaixo 5 desafios improdutivos para se delegar e igualmente 5 (faz parte do meu TOC) dicas que podem ajudar a vencer os desafios, não é um para um, mas pode ajudar concomitantemente.

5 Desafios para se Delegar:

  1. Paternalismo: Muitos líderes veem em sua área/equipe como sua cria, como seu filho, dificultando assim a passagem de bastão (delegar) para outras pessoas. De uma forma simplista podemos ver com bons olhos, uma atitude de dono, mas a longo prazo isso se torna um problema. O excesso de paternalismo, sufoca o crescimento e o amadurecimento da equipe e consequentemente da área, levando a estagnação, dificuldade de resoluções e muitas vezes a trocas da liderança em vez de ajudar o líder a se desenvolver. O crescimento traz consigo o desconforto e o ser humano evita ao máximo o desconforto, tornando um ciclo vicioso de evitar o crescimento também. 
  2. Centralização e Controle: Controle é poder e perder o controle é perder o poder. Uma analogia tola, mas eficaz é a perda do controle da televisão, quando em sua família, você perde o controle da televisão para um irmão, esposa, filho, você perde o poder de decidir o que vai assistir. É o medo de perder esse controle sobre uma tarefa ou função que faz as pessoas evitarem delegar. Para manter o controle do que acontece ao seu redor, os gestores costumam centralizar as principais tarefas e decisões contigo. Isso causa perda de celeridade, abrangência e autonomia o que em resumo pode se tornar um caos administrativo. 
  3. Responsabilidade dividida: Ao delegar uma tarefa, o gestor não perde a responsabilidade dessa tarefa frente a seus superiores imediatos, logo a aflição de ter essa responsabilidade dividida faz com que muitas vezes não delegue certas tarefas para (novamente) manter o controle do resultado e do andamento da mesma, pois quem apresentará os resultados é ele. Porém um líder deve assumir a reponsabilidade por usa equipe e não temer possíveis falhas, se essas ocorrerem, tomar aquilo como lição junto a equipe e principalmente aprender para não ocorrer novamente. 
  4. Tempo e Treinamento: Terceirizar atividades envolve tempo e treinamento para explicar ao novo responsável como quer que seja feito, a desculpa da falta de tempo e o desafio de elaborar o treinamento muitas vezes fazem com quem o líder não delegue a tarefa ou a função. Procrastinar é algo corriqueiro nesse momento, adiar a reunião, o treinamento, o alinhamento evitando assim a formação do novo executor. Contudo essa capacitação envolve também o crescimento profissional do liderado e isso pode acarretar dificuldades na gestão (o que nos leva o próximo tópico). 
  5. Confiança na Equipe: Talvez essa seja o principal desafio do líder para delegar tarefas e funções, confiar em seus liderados. Pode até ser um exagero mas os 4 tópicos passados convergem nesse de certa forma pois o paternalismo e a proteção ao “negócio” se dá por não confiar na maturidade do próximo a receber a tarefa, a Centralização e o Controle também faz parte dessa confiança de que pode acontecer algo e não ser obrigação sua, na Responsabilidade Dividida fica clara a ausência de confiança em possíveis falhas e o tempo dedicado a explicar ou mesmo o treinamento do liderado para a execução dessa tarefa apresenta parte de desconfiança que ele absorverá como o gestor faz. Incorremos no risco ainda da “falsa delegação” que é delegar tarefas bem menores ao que realmente ajudará no crescimento da empresa ou ainda é delegada, mas não se dá autonomia de execução, continua precisando de uma aprovação ou parecer do gestor. 

Em contrapartida a esses 5 desafios, conforme dito apresentamos abaixo dicas para auxiliar na delegação de tarefas e funções.

5 Dicas para Facilitar a Delegação

  1. Conhecer a Equipe: Se comunicar constantemente com seus comandados, ser presente, reconhecer suas capacidades e suas dificuldades é uma questão estratégica para conhecer sua equipe. Criar empatia com o liderado e evitar julgamentos precipitados também ajuda a conhecer melhor os colaboradores. Dessa forma o gestor poderá detectar os conhecimentos, habilidade e atitudes de cada um e definir o melhor talento para cada tarefa ou função podendo fazer uso dos diferentes talentos disponíveis na equipe. 
  2. Treinar: É um grande desafio cobrar resultados, maior ainda de alguém que não foi treinado ou direcionado/alinhado para executar determinada atividade. Investir no treinamento e em tempo para alinhar como determinada tarefa deve ser executada é uma das formas de se sentir mais tranquilo ao delegar. 
  3. Acompanhar as atividades: Outra tarefa importante a quem delega atividades e funções é acompanhar e monitorar a execução da atividade, é preciso dar autonomia e espaço para a pessoa realizar, porém não pode ser “jogada” a atividade ou “delargado”. Indicadores de verificação são importantes para ajudar na avaliação da execução da atividade e principalmente na correção de curso, ajuste de rota caso detecte que algo não está ocorrendo como deveria. 
  4. Autonomia: Além de delegar a atividade ou a função é necessário também dar autonomia, ou seja, não só a atividade mas as tomadas de decisão precisam ser delegadas. Isso ajuda não só a dar agilidade na execução, como também mostra um maior envolvimento do colaborador e é possível avaliar seu comprometimento, líderes desenvolvendo líderes. 
  5. Feedback: Uma ferramenta essencial para os líderes é dar feedback, existem várias técnicas e não tem uma principal para delegar, mas dar feedback ajuda as outras 4 dicas acima, a acompanhar a tarefa, ajuda o liderado a saber o que corrigir, ajuda a aprimorar o treinamento, a ter confiança em dar mais autonomias e principalmente a conhecer melhor a o liderado. Esse retorno é extremamente importante ser documentado, para que ações futuras e acompanhamentos de outros líderes e gestores tenham um embasamento histórico. 

Delegar é um grande desafio, pois envolve confiança em si mesmo e principalmente nos outros. Como vimos aqui, o líder continua responsável pelo resultado, mas as atividades estão nas mãos de outras pessoas e preferencialmente algumas tomadas de decisão também.

Você se enxergou nas linhas acima? Se sente pronto para começar a delegar as tarefas com seus liderados e descentralizar as decisões ou precisa de ajuda ainda? Obrigado pela leitura e se quiser compartilhe.

Abs.

Daniel


DBB. Jan-2019

Original: https://www.linkedin.com/pulse/delegar-tarefas-e-fun%C3%A7%C3%B5es-uma-habilidade-para-daniel-bronzeri-barbosa/?published=t

sábado, 30 de junho de 2018

O profissional do futuro e as habilidades necessárias, uma visão de 2018.


Meu nome é Daniel e sou um apaixonado por tecnologia, inovação e pelo futuro em geral. Tenho gosto por estudar tendências, perceber o novo, utilizar, fuçar e principalmente aprender. Aliás aprender é um vício e quanto mais aprendo mais percebo o quanto ignorante sou, como o filósofo Sócrates proclamava “Só sei que nada sei.”

Há mais ou menos 6 anos, quando tablets, smartphones e outros dispositivos explodiram em sucesso e os apps e aplicações web começaram a tomar conta do cenário de software (existem outros tipos de softwares, mas esses estão notoriamente em evidência), mesmo depois do qualquer-coisa-as-a-service (similar a qualquer-coisa-como-serviço), tenho voltado minha atenção para o cidadão no futuro. Como serão mães e pais no futuro? Como serão as crianças do futuro? Como serão os amigos do futuro? Culminando com a questão de como serão os trabalhadores (e não direi que são empregados, para de fato generalizar independente da classe, empresários, políticos, empregados, autônomos, etc...). E essa última questão me deixou ainda mais apreensivo pois quando percebo o ritmo acelerado da evolução do mercado e a exigência que temos e impomos a nós mesmos e a nossos próximos, percebo que o “profissional do futuro” ainda não está preparado para esse futuro.

Sem afirmar que os robôs e a automação vão roubar os empregos (embora exista uma verdade nisso), nem que as pessoas não são preparadas pois não querem (embora também exista um pouquinho de verdade nisso também), mas máquinas, linguagens de programação, leis, os trabalhos mais braçais estão em constante evolução. E o que é trabalho repetitivo, que tenha entrada, processamento e saída, sem ter uma certa “humanidade” nisso está propenso a acabar.

A inteligência tende a ser cada vez mais artificial, a informação, o conteúdo está cada vez mais a disposição das pessoas, “dê um google” para aprender sobre qualquer coisa e explodirá na sua tela ao menos uma forma de fazer (pode não ser a mais recomendada, mas tem um jeito). Ou seja, o que for informação, dado, processamento e saída de outra informação mais hora, menos hora um robô ou bot irá fazer e nesse momento então a frase mudará para “Elementar, meu caro Holmes!” (by IBM Watson).

Mas se não estamos preparados para ser ou moldar o profissional do futuro, como devemos fazer? Ou melhor o que devemos esperar desse profissional do futuro?

Klaus Schwab, Engenheiro e Economista Alemão, presidente do Fórum Econômico Mundial - FEM, já afirmou que estamos vivenciando a Quarta Revolução Industrial, uma era que une as tecnologias digital, física e biológica e modificará não só a maneira como vivemos, mas como trabalhamos. E assim sendo, enquanto alguns trabalhos desaparecerão, outros ficarão mais importantes e alguns nem existam ainda.

Muitos estudos buscam entender o que é necessário para a formação desse “profissional do futuro”, ou seja quais habilidades e competências serão necessárias e como todo futurologismo, existe um pouco de chute de cada um dos entrevistados. Usando como base a pesquisa do Fórum Econômico Mundial - FEM, chamada “The Future of Jobs: Employments, Skills and Workforce Strategy for the Fourth Industrial Revolution”, que questionou especialistas em recursos humanos e gestão estratégica em empresas do mundo inteiro que revelou as 10 principais habilidades que o profissional deverá possuir até 2020 para não ficar perdido.

Sempre bom lembrar que habilidade não é dom. Definimos aqui habilidades como características que foram aprendidas e/ou melhoradas com uma abordagem teórica e/ou prática, através por exemplo de uma formação ou capacitação. Já o dom é algo natural, que nasce com a pessoa, as vezes confundido com o talento que por sua vez pode ser um natural ou algo aprendido, exercitado e executado a perfeição. Quando se confunde habilidades com dons ou mesmo a talentos que as pessoas tenham as pessoas tendem a dizer que “não dão pra esse negócio”, desistem antes de tentar ou sequer procuram aprender e é nisso que pretendo focar.

É possível alcançarmos todas as habilidades necessárias, algumas melhores que as outras, o dom e o talento ajudarão demais a aumentar sua competência, porém o conhecimento e o exercício unido ao poder de adaptação que a humanidade tem nos ajudará a enfrentar o futuro.

Vamos as 10 habilidades para o futuro:

1. Resolução de problemas Complexos 

Trabalho nada mais é do que a resolução de problemas. Qualquer coisa que você faça na vida para ganhar dinheiro é a resolução de um problema para alguém. Essas resoluções de problemas podem ser divertidas, interessantes, perigosas, pode até não ser remuneradas, mas sempre serão a resolução de um problema. Podemos resolver problemas sem querer, sem ter isso como um objetivo, indiretamente, mas continuarão sendo uma resolução.

E resolução de problemas complexos não é uma habilidade que normalmente nasce com a pessoa, é algo adquirido com o tempo, com as experiências e quanto mais abrangência de pensamento, quanto mais diverso o conhecimento da pessoa, quanto mais aberto a experiências a pessoa for, melhor ela estará preparada para resolver problemas e por experiência isso irá se aprimorar ao longo dos anos. A habilidade, que consiste na capacidade de resolver problemas novos ou de uma forma nova diferente do comum, pode ser considerada inovação e é construída a partir de uma base consistente de pensamento crítico.

O cidadão do futuro deverá ter uma certa elasticidade mental para resolver problemas que nunca viu antes, que podem ficar mais complexos a cada minuto e que podem se transmutar em outros problemas e com a atual abundância de dados e a velocidade de disseminação da informação precisamos estar ainda mais preparados.

Os solucionadores de problemas complexos serão “os caras” no futuro, arrisco a dizer que terão os melhores benefícios (sendo a recompensação financeira, que hoje chamamos de salário, um desses benefícios).

OK, até aqui diversos estudos, com algumas palavras diferentes mostram isso, mas como se transformar nesse “cara”?

Minha sugestão: estude, diversifique, visite lugares inusitados, assista filmes diferentes do que está acostumado, questione sem parar, como quando na primeira infância, aprendendo o que era o mundo, seja no nosso quarto, seja na rua, na creche como você aprendia o que precisava.

Pergunte o que é? Como funciona? Como faz? Aguce seus sentidos, leia revistas diferentes, ouça ritmos diferentes, interaja e principalmente observe e ouça de forma genuína. Se no meio de uma conversa você tiver tempo de pensar em uma lista de compras você não está prestando muita atenção.

2. Pensamento crítico

O pensamento crítico segundo Richard Parker e Brook Moore, em seu livro “Critical Thinking” de define (resumidamente) como sendo “a determinação cuidadosa e deliberada sobre aceitar, rejeitar ou suspender o julgamento acerca de uma dada afirmação e o grau de confiança que alguém deve aceitar ou rejeitá-lo”.

Ter um pensamento crítico ou mais ainda ser um pensador crítico será uma habilidade igualmente valiosa e proveitosa para a primeira habilidade, num espaço ainda menor de tempo, segundo o relatório da WEF nos próximos 3 anos. Os pensadores críticos serão peças fundamentais em qualquer equipe, principalmente nas multidisciplinares.

No pensamento crítico ressalto a lógica e o raciocínio, que (junto com outras características) faz o pensador ser capaz de utilizar essas características para questionar um determinado problema, considerar as possíveis soluções, abstraindo impossibilidades, para superá-lo, ele ajuda a apontar os pontos positivos e negativos, a cada abordagem.

Para isso ser bem efetivo existem algumas ferramentas que podem ajudar a explicitar esses pontos, cito duas, a matriz swot (para forças, fraquezas, ameaças e oportunidades, também conhecida como matriz “fofa”) e o diagrama de pareto (também conhecida como curva ABC ou regra 80/20), ferramentas que ajudam a realçar os pontos, deixando mais visual e facilitando as tomadas de decisões.

3. Criatividade

Sob o ponto de vista humano, a criatividade é uma qualidade adquirida e iniciada na infância que busca em idéias a fonte para criar novas coisas. Ou em sua definição de dicionário, criatividade é a qualidade ou característica de quem é criativo de quem cria algo.

Antes de abordarmos criatividade gostaria de ressaltar que, criatividade não é um dom, embora todos tenhamos nascido criativos e somos podados com o passar do tempo pelos 5 Ps, onde temos: pais representa os próprios e familiares que dizem não para uma criança em aprendizado constante, limitando por vezes até mesmo sua imaginação dizendo que ele vive no mundo da lua ou para parar de ser ridículo; padres representa não só a igreja ou líderes religiosos, mas todas as crenças que delimitam ações, que limitam a evolução e só mudam com o tempo, professores e toda a limitação específica a uma forma de se ver o mundo, a forma que aquele professor ver aquela matéria, por mais abrangente que ele tenta ser, se ele gosta mais de Machado de Assis ou se ele é socialista, se acha que a relação áurea é incrível ou física quântica ele tende a te ensinar assim, pode até ser bom, quanto mais abertos melhor, mas com certeza leva a um posicionamento e um viés ou seja a limitadores, políticos e suas leis, suas regras criadas para domar e para gerir a sociedade e patrões que de forma clara impõe a visão de mundo dele utilizando apenas sua cabeça, sua força, seu serviço para o bem do lucro ou sucesso da empresa, lembre-se você se coloca em um lugar aqui.

Criatividade é para todas as pessoas, independente da condição, ser criativo é ser capaz de juntar informações díspares ou não e a partir dessas conjunções, construir coisas novas, novas ideias, novos processos, novos produtos... A imensa quantidade de novas tecnologias exige do novo profissional uma criatividade enorme para se adaptar, manter-se atualizado e se beneficiar dessas mudanças.

E mesmo com todo crescimento da robótica, as máquinas, não demonstram a criatividade humana, elas conseguem copiar com perfeição, seguir padrões, mas não conseguem criar algo do zero. Com base nas pesquisas com Inteligência Artificial e suas personas “Cortana” na Microsoft, “Watson” na IBM, “Siri” na Apple e o Google Assistente.

Como a criatividade já é uma ferramenta importante no mercado de trabalho de hoje, nos próximos anos ela será uma habilidade imprescindível nas empresas. E para ser criativo é bom seguir as tendências acima, precisa ser observador, ser diverso, ser mais abrangente do que específico. É importante fazer coisas diferentes diariamente, trajetos diferentes, atividades diferentes, se não pinta, pinte, se não canta, cante, escreva, desenhe, assista filmes e canais diferentes do comum. Assim sua bagagem de conhecimento cresce e a possibilidade de combinar coisas novas e ser inovador cresce também

4. Gestão de pessoas e Liderança

Pessoas sempre serão os principais recursos de uma empresa, segundo Vicente Falconi “empresa é uma organização de seres humanos que trabalham para facilitar a luta pela sobrevivência de outros seres humanos”, ou seja empresa é um conjunto de gente que quer resolver um ou mais problemas, mesmo com todo avanço tecnológico da inteligência artificial e/ou a automação do trabalho.

E sendo as pessoas a empresa como um todo, essas podem ficar cansadas, doentes, distraídas, desmotivadas, sem rumo e uma infinidade de problemas que demanda uma gestão ainda maior dessas pessoas. É nesse momento que aumenta o papel do líder.

Criou-se um discurso comum nos setores de RH das empresas que é “contratamos pelo currículo e desligamos pelo o que a pessoa é (ou se apresenta)” Ou seja, contratamos pelo conhecimento e experiência e desligamos pela atitude, logo atitude (implícita em diversas habilidades aqui apresentadas) é extremamente importante acompanhar do ponto de vista de liderança.

Saber gerenciar pessoas, lidera-las a um propósito em comum, significa saber maximizar o potencial de cada um do grupo, identifica individualmente cada pessoa o que amplifica seu potencial e sua produtividade. Ouvir, entender e por vezes atender suas expectativas, porém quando for preciso negar ter uma resposta coerente para elas. A gestão de pessoas é uma ferramenta muito importante e se conecta diretamente com a inteligência emocional e com a nossa próxima habilidade fundamental, a colaboração.

5. Colaboração (Trabalho em Equipe)

Trabalho em equipe sempre foi uma habilidade necessária, mas nos últimos tempos e cada vez mais no futuro a colaboração será de fundamental importância em qualquer ambiente de trabalho e é aqui que nós seres humanos conseguimos ir melhor que as máquinas, nossos protocolos de comunicação se adaptam extremamente mais rápidos e temos muito mais flexibilidade para acertar isso.

As empresas estão priorizando a contratação de pessoas com fortes habilidades interpessoais, ou seja, que saibam se coordenar e se relacionar bem com outras pessoas colegas de trabalho, subordinados e superiores.

A colaboração amplifica a potencialidade de cada um, pode fazer as vezes do marketing pessoal, porém mostrando resultados e insumos factuais, quando você compartilha um texto, uma idéia, um vídeo, um passeio ou qualquer coisa, mostra que você tem conhecimento daquilo, sem precisar propagandear aquela coisa. E dá chance de outras pessoas que nem sabiam que você tinha essa habilidade, compartilhar outras coisas com você, amplificar o conhecimento ou mesmo te ajudar a ser melhor.

A coordenação do trabalho em equipe ou aberto (com o mundo) é uma habilidade social que envolve saber se comunicar (bidireccionalmente), trabalhar com pessoas de diferentes personalidades, etnias e culturas e principalmente lidar com as diferenças de cada uma delas, se possível como um fator positivo.

6. Inteligência Emocional 

Inteligência emocional é um conceito da Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer, avaliar e lidar com seus próprios sentimentos e os sentimentos dos outros. Popularizado pelo psicólogo Daniel Goleman que define a inteligência emocional em 5 componentes: autoconhecimento, autocontrole, motivação, empatia e interações sociais positivas.

Essa habilidade é muito importante para suportar outras já comentadas aqui como Liderança e Colaboração e por isso igualmente importante.

Para desenvolver o autoconhecimento poderia ir para o comum, coach, terapia, meditações, um olhar voltado a si mesmo, mas prefiro indicar atividades mais práticas, questionar amigos a apontar os pontos fortes e fracos, pedir feedbacks constantes as pessoas próximas, principalmente como estamos falando da parte profissional de superiores, colegas e subordinados, ouvir e ler atentamente as críticas ao seu trabalho e nunca dar de ombros e ignorar, prestar atenção e tentar aprender com aquilo.

Na parte do autocontrole, também prefiro ir para as tarefas práticas, verificar o que te tira do eixo e trabalhar aquilo com afinco, verificar o que você pode fazer diferente, escrever o que poderia ter feito diferente, aprender a se desculpar e a desculpar os outros para se tornar melhor. Isso depende muito de tomar decisões em ser melhor.

Para se motivar e motivar outras pessoas é importante perceber a etimologia da palavra motivação, ter um motivo para tomar uma ação. E perceba que motivos não faltam na vida de ninguém. Reforçar seus pontos positivos, destacar as oportunidades de melhoria em si mesmo e nos outros, por vezes é a melhor saída. Se você se apegar aos erros, as dificuldades, dificilmente conseguirá fazer diferente e a tendência é se deprimir e não se motivar.

Criar empatia não é fácil e as pessoas misturam muito a empatia com a simpatia, mas se tem, duas dicas que eu daria nesse quesito, podem parecer óbvias mas são as que mais uso no cotidiano, se coloque no lugar do outro e seja verdadeiro, genuíno. Essa segunda é muito importante pois muitas vezes para amenizar o impacto de algo, falseamos a realidade, floríamos a história, para ser melhor aceita, as vezes sem perceber. Precisamos ser muito atentos a isso para evitar o erro de comunicação.

Por fim, nesta habilidade, com interações sociais positivas entendo que seja utilizar os 4 primeiros conceitos com os outros, com desconhecidos, com qualquer pessoa que você venha a interagir, não necessariamente alguém que tenha relações diretas, com a moça do caixa da padaria, com o frentista, com a recepcionista, com a faxineira, com o mundo.

7. Julgamento e tomada de decisões

As empresas geram inúmeros dados, KPIs sem fim, todo dia aparece um novo indicador para se avaliar e com isso aparece a necessidade de pessoas que não apenas criem esses números, leiam esses dados e interpretem em informações significativas, mas também que tomem decisões assertivamente, principalmente em momentos críticos.

De acordo com relatório do FEM a tomada de decisões e o julgamento será uma habilidade fundamental no mercado de trabalho de 2020. Os profissionais do futuro examinarão números utilizando Big Data, a procura de insights nas informações analisadas e precisarão cada vez mais tomar decisões estratégias nas empresas, julgando o que é importante, urgente ou ambos e principalmente baseado em objetivos claros e fáceis de explicar, lucro, aumento de vendas, diminuição de perdas, salvamento de vidas, disponibilidade de produtos e serviços etc...

Aqui quanto maior o pensamento crítico (habilidade já descrita acima), o foco no objetivo e poder de concisão, melhor será o julgamento e a tomada de decisão, mais uma vez ferramentas como por exemplo, análise de SWOT (citada no pensamento crítico), poderá facilitar as tarefas.

8. Orientação de serviço

O conceito de orientação de serviços acredito que venha da informática e tem relação com mudanças absolutas no mercado. Como dito na introdução, muitas coisas viraram “as-a-service” (como serviço), carro-as-a-service (também conhecido como Uber), casa-de-férias-as-a-service (AirBNB), cinema-as-a-service (Netflix), entre outros.

Segundo o estudo do FEM empresas do ramo alimentício, e de TI estão sendo confrontadas por seus consumidores quanto a novas preocupações como segurança alimentar e privacidade por exemplo, e para não perder clientes, reputação ou prestígio, precisam responder a esses clientes de forma inteligente e rápida e geralmente utilizam seus serviços de atendimento ao cliente.

Porém isso não basta, agilidade e assertividade são muito importantes, mas orientar o uso de seus produtos e serviços aos clientes é fundamental e muitas empresas querem além disso, transformar seus produtos em serviços para ganhar recorrência. Aqui entra esse novo profissional que deverá conhecer seu público alvo, estudar seu cliente com afinco, seus hábitos em geral (compra, utilização, nível de exigência...) para adaptar a abordagem e principalmente o discurso a realidade do cliente.

Voltando as empresas alimentícias, não adianta por exemplo vender o leite condensado, precisa ensinar a fazer o doce, criar o desejo do doce que esse insumo provê e para isso eles disponibilizam receitas, forma de armazenamento, histórias dos doces. Empresas de tecnologia criam vínculo não apenas pela ferramenta que ela produz e a necessidade do consumidor, por vezes ela cria a necessidade, cria o desejo, as facilidades, o que o uso daquele produto proporcionará a pessoa.

Esse profissional criará a história que vai conquistar o cliente, por isso é importante aprender a contar história, a criar ambientes propícios para encantar e aguçar a imaginação dos clientes.

9. Negociação 

Se pensarmos na crescente adesão de máquinas e inteligência artificial no mercado e consequentemente a automação do trabalho, todas as habilidades sociais, que estamos discutindo se tornam ainda mais importantes.

Quando falamos em negociação, pensamos logo em preços, descontos, compra e venda de produtos e serviços. E muitas pessoas ignoram essa habilidade essencial no convívio social.

E todos os cargos e funções precisam saber negociar, para definir prazos, para indicar limitações, indicar e aceitar atividades ou seja a capacidade de negociar com colegas, superiores e subordinados será essencial e estará no alto da lista de habilidades desejáveis.

E pense bem se alguém disser que não sabe negociar, pois todos sabemos, podemos treinar mais ou menos, ser melhores ou piores, mas desde criança aprendemos a negociar, desde bebê quando não queremos mais comer fechamos a boca e a mãe em uma livre negociação imita um avião para você abrir a boca e comer mais um pouquinho, ou então negociamos a hora de dormir, mais tarde na adolescência a hora de voltar pra casa, o que é uma nota aceitável na escola. Negociar faz parte do nosso cotidiano e deve ser exercitado constantemente.

10. Flexibilidade cognitiva

Se tivéssemos que explicar em uma frase essa habilidade acho que poderíamos resumir em “ter facilidade para sair da zona de conforto”. De forma mais teórica a flexibilidade cognitiva é a capacidade de adaptação de estratégias cognitivas face a novas e inesperadas condições ambientais. Essa flexibilidade cognitiva quer dizer pensar de maneiras diferentes ao seu usual, imaginar diferentes formas para resolver um problema e quanto mais livre e desafiadora for esse pensamento melhor.

Quanto mais flexível uma pessoa, mais ela será capaz de antever novos padrões e com isso propor soluções diferenciadas, inclusive imaginar os novos problemas e antever fracassos, para aprender com o pensamento e não com o erro da execução. Aliás como diz o filósofo brasileiro contemporâneo, e professor: Mario Sergio Cortella: “Não é errando que se aprende, mas corrigindo o erro!”. As pessoas com maior flexibilidade anteveem-se aos problemas e pensam nos diversos caminhos, acham as dificuldades e já trabalham em como vencê-las antes delas aparecerem.

Essas pessoas são aguardadas com afinco pelas empresas, pois ao mesmo tempo que desenvolvem soluções inovadoras, evitam perdas, ou seja, ganham mais e perdem menos ampliando o resultado.
Para ser mais flexível cognitivamente, precisa exercitar e para isso fazer coisas diferente é essencial. Mas além disso, vencer medos, traumas e desconstruir mitos e crenças nos fazem alterar padrões e com isso aceitar mudanças com mais facilidade e consequentemente melhorando sua flexibilidade cognitiva.

Por fim uma coisa muito importante que aprendemos com a natureza e principalmente nas palavras de Bruce Lee: “Esvazie sua mente, seja amorfo, sem forma, como a água, você coloca a água num copo, ela se torna o copo, se você coloca a água numa garrafa, ela se torna uma garrafa, se você coloca numa chaleira, ela se torna uma chaleira”. Seja água!


Conclusão

De acordo com o relatório do FEM, um terço das habilidades consideradas essenciais hoje não serão necessárias em 3 anos. O mundo está crescendo exponencialmente em dados e informação e acelerando cada vez mais a evolução.

Para acompanhar o ritmo das mudanças que sofremos todos os dias, precisamos estar preparados, nos “armar” dessas habilidades ou aprimorá-las o máximo possível. A excelência depende da nossa vontade e disponibilidade.

Não podemos ficar parados esperando as mudanças acontecerem para depois fazer algo, temos a oportunidade de atualizar, de corrigir o nosso rumo, mesmo antes de sair ao mar do conhecimento.

Reflita bem se é importante se aprofundar em algo que você já saiba, pensem mesmo que de forma fictícia, se as tarefas que você executa existirão no futuro. Se é possível automatizar ou colocar um computador fazendo o que você faz. Se for ele será melhor que você? Mais rápido? Mais eficaz?

Vale a pena renovar suas tarefas? Definir novas atividades? Descobrir problemas para resolver? Descrever suas funções e se contratar? Construir novas conexões? Vale a pena se diferenciar?
Você vai esperar mais motivos para assumir o rumo da sua carreira/vida?


Por Daniel Bronzeri Barbosa
(
danibron76@gmail.com)
Junho de 2018

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Pensando no futuro....

(uma tradução livre de “Olhando para o futuro” de Udo Gollub)

Em 1998, a Kodak tinha 170.000 funcionários e vendeu 85% de todo o papel fotográfico vendido no mundo. No decorrer de poucos anos, o modelo de negócios dela desapareceu e eles abriram falência. O que aconteceu com a Kodak vai acontecer com um monte de indústrias nos próximos 10 anos e a maioria das pessoas não enxerga isso chegando.

Você poderia imaginar em 1998 que 3 anos mais tarde você nunca mais iria registrar fotos em filme de papel?

No entanto, as câmeras digitais foram inventadas em 1975. As primeiras só tinham 10.000 pixels e foi a própria Kodak que lançou essas primeiras câmeras mas ainda eram muito caras. Em 1990 foram lançadas as primeiras câmeras digitais populares, sendo da Sony o primeiro passo no lançamento da Mavica que guardava as imagens (ainda de baixa resolução) em disquetes de 3 ½ “.

Assim como aconteceu na fotografia, aconteceu com o tablets, as agendas eletrônicas, tradutores eletrônicos, calculadoras científicas, músicas, livros, vídeogames, filmes... Tudo está migrando para um único dispositivo, que geralmente e provavelmente está no seu bolso ou na sua mão.

Todas as tecnologias exponenciais sofreram impactos similares, sendo decepcionantes durante um longo tempo, até se tornarem imensamente superiores e dominantes em uns poucos anos. O mesmo deve acontecer agora com a inteligência artificial, no ramo da saúde, com os veículos autônomos e elétricos, na educação, impressão em 3D, agricultura, empregos...

Bem-vindo à quarta revolução industrial! (ou Revolução Digital e da Informação)

O software tende a eliminar a maioria das atividades rotineiras e tradicionais nos próximos 10 anos. E serviços estão diretamente ligado a isso, produtos físicos ficam cada vez mais para a segundo plano, comoditties e infraestrutura por exemplo.

O UBER, por exemplo, é apenas uma ferramenta de software, um App, eles não são proprietários de carros porém são neste momento a maior companhia de táxis do mundo.

A AIRBNB pode ser considerada a maior companhia hoteleira do mundo, embora eles não sejam proprietários de nenhum quarto.

O NETFLIX é uma das maiores provedoras de filmes e entretenimento hoje em dia, não tem nenhuma sala de cinema, loja física ou mesmo canal de atendimento direto, não faz uma distribuição porta a porta, recebe a demanda diretamente do consumidor que também a avalia.

YOUTUBE é um dos maiores distribuidores de vídeo gratuíto, quase não produz vídeo, embora disponibilize ambientes gratuitamente para geração dos vídeos, consegue media a audiência em tempo real e criar “propagandas” muito mais direcionadas.

APPLESTORE E GOOGLE PLAY são os maiores vendedores de software hoje por suas lojas virtuais, criando poucas aplicações, mas abrindo o mercado para um amplo número de pessoas e empresas que queiram vender por lá, tentando dar sempre uma maior importancia a qualidade e não a quantidade dos apps.

FACEBOOK a mídia mais popular não cria conteúdo direto, pelo contrário utiliza do conteúdo de seu próprio público que gera demanda, atendimento e relevância.

Mas isso é "chover no molhado", como já dissemos serviços é o futuro dos negócios e a tecnologia amplifica ainda mais isso.

Inteligência Artificial: Computadores estão se tornando exponencialmente melhores no entendimento do mundo. Neste ano, um computador derrotou o melhor jogador de GO do mundo, 10 anos antes do previsto.

Nos Estados Unidos e no Brasil, advogados jovens já tem dificuldade de conseguir empregos. Com o WATSON, da IBM, as empresas conseguem aconselhamento legal (por enquanto em assuntos pré-definidos) dentro de segundos, com 90% de exatidão se comparado com os 70% de exatidão quando feito por humanos. Por isso, se você está estudando Direito por estudar, PARE imediatamente, só faça algo para ser o melhor pois haverá 90% menos advogados no futuro, apenas especialistas permanecerão.

As tecnologias cognitivas já estão ajudando médicos a diagnosticar câncer, com quatro vezes mais exatidão do que médicos humanos, reconhecem tendências de consumo muito mais rápido, auxiliam em pesquisas de satisfação e até mesmo no humor (veremos isso mais adiante).

O FACEBOOK incorpora um software de reconhecimento de padrões que pode reconhecer faces melhor que os humanos e seguindo a tendência e a já mencionada Lei de Moore, em 2030 os computadores se tornarão mais inteligentes que os humanos. Mas isso quer dizer apenas que serão mais rápidos em entrelaçar soluções e resolver problemas, não terão ainda emoção.

Veículos autônomos: em 2018 os primeiros veículos dirigidos automaticamente aparecerão ao público com serviços como UBER e afins. Ao redor de 2020, a indústria automobilística sofrerá um grande golpe, prevêem os especialistas. As pessoas não desejarão mais possuir um automóvel. Nossos filhos podem não precisar de uma carteira de habilitação ou nem serão donos de um carro. Isso mudará as cidades, pois necessitaremos de menos carros e com isso menos estacionamentos. Poderemos transformar essas áreas em parques. Cerca de 1.200.000 pessoas morrem a cada ano em acidentes automobilísticos em todo o mundo. Temos agora um acidente a cada 100.000 km, mas com veículos auto-dirigidos isto cairá para um acidente a cada 10.000.000 de km, salvando assim mais de 1.000.000 de vidas a cada ano.

Companhias tradicionais de carros adotam a tática evolucionária e constroem carros melhores, enquanto as companhias tecnológicas (Tesla, Apple, Google) adotarão a tática revolucionária e construirão um computador sobre rodas. Engenheiros da Volkswagen e da Audi (que o Udo Gollob conversou) estão completamente aterrorizados com a TESLA.

Companhias seguradores terão problemas enormes porque, sem acidentes, o seguro se tornará 100 vezes mais barato. O modelo dos negócios de seguros de automóveis deles desaparecerá.

Os negócios imobiliários mudarão. Pelo fato de poderem trabalhar enquanto se deslocam, as pessoas vão se mudar para mais longe para viver em uma vizinhança mais bonita.

Energia Solar: Carros elétricos se tornarão dominantes até 2020. As cidades serão menos ruidosas porque todos os carros rodarão eletricamente. A eletricidade se tornará incrivelmente barata e limpa: a energia solar tem estado em uma curva exponencial por 30 anos, mas somente agora você pode sentir o impacto. No ano passado, foram montadas mais instalações solares que fósseis. O preço da energia solar vai cair de tal forma que todas as mineradoras de carvão cessarão atividades ao redor de 2025.

Com eletricidade barata teremos água abundante e também com baixo custo. A dessalinização agora consome apenas 2 quilowatts/hora por metro cúbico. Não temos escassez de água na maioria dos locais, temos apenas escassez de água potável. Imagine o que será possível se cada um tiver tanta água limpa quanto desejar, quase sem custo.

Saúde: O preço do Tricorder X será anunciado este ano. Teremos companhias que irão construir um aparelho médico (chamado Tricorder na série Star Trek) que trabalha com o seu telefone, fazendo o escaneamento da sua retina, testa a sua amostra de sangue e analisa a sua respiração (bafômetro). Ele então analisa 54 bio-marcadores que identificarão praticamente qualquer doença. Vai ser barato, de tal forma que em poucos anos cada pessoa deste planeta terá acesso a medicina de padrão mundial praticamente de graça. Mas sem esperar muito, o que os Warebles (Vestíveis) como Smart Watch, Sleep Watchers e outros monitores de atividades diária já fazem, não apenas a coleta de dados, mas uma analise desses dados, lhe dando opções de atividades, treinos e até mesmo check-ups já é um avanço considerável.

Impressão 3D: o preço da impressora 3D mais barata caiu de US$ 18.000 para US$ 400 em 10 anos. Neste mesmo intervalo, tornou-se 100 vezes mais rápida. Todas as maiores fábricas de sapatos começaram a imprimir sapatos 3D. Peças de reposição para aviões já são impressas em 3D em aeroportos remotos.

A Estação Espacial tem agora uma impressora 3D que elimina a necessidade de se ter um monte de peças de reposição como era necessário anteriormente. No final deste ano, os novos smartphones terão capacidade de escanear em 3D. Você poderá então escanear o seu pé e imprimir sapatos perfeitos em sua casa. Na China, já imprimiram em 3D todo um edifício completo de escritórios de 6 andares. Lá por 2027, 10% de tudo que for produzido será impresso em 3D.

Oportunidades de negócios: Se você pensa em um nicho no qual gostaria de entrar, pergunte a si mesmo: “SERÁ QUE TEREMOS ISSO NO FUTURO?” e, se a resposta for SIM, como poderá fazer isso acontecer mais cedo? Se não funcionar com o seu telefone, ESQUEÇA a idéia. E qualquer idéia projetada para o sucesso no século 20 estará fadada a falhar no século 21.

Trabalho: 70% dos empregos desaparecerão nos próximos 20 anos. Haverá uma porção de novos empregos, mas não está claro se haverá empregos novos suficientes em tempo tão exíguo, mas fato é que os empregos terão caráter mais humano, carinho, atenção, empatia cuidados diretos com o ser humano, que demandem contato e articulação com as pessoas serão valorizadas.

Mais do que dar aula professores terão que trabalhar suas experiências e criar experiências memoráveis e sensações nos alunos, serão mestres compartilhando conhecimento e não apenas atransmissão do mesmo, o fortalecimento da empatia e do carisma se evidenciará.

Educação: os smartphones mais baratos já estão custando US$ 10,00 na Ásia. Até 2020, 70% de todos os humanos terão um smartphone. Isso significa que cada um tem o mesmo acesso ao conhecimento, isto é a informação podendo gerar o conhecimento em classe mundial. Cada criança poderá usar a academia KHAN para tudo o que uma criança aprende na escola nos países de Primeiro Mundo, a aquisição de infomração será simples, a criação do conhecimento mais rápida a valoração dependerá de cada um.

Agricultura: haverão robôs agricultores de US$ 100,00 no futuro. Agricultores do 3º mundo poderão tornar-se gerentes das suas terras ao invés de trabalhar nelas todos os dias. A AEROPONIA necessitará de bem menos água. A primeira vitela produzida “in vitro” já está disponível e vai se tornar mais barata que a vitela natural da vaca ao redor de 2018.

Atualmente, cerca de 30% de todos as superfícies agriculturáveis são ocupados por vacas. Imagine se tais espaços deixarem de ser usados desta forma. Há muitas iniciativas atuais de trazer proteína de insetos em breve para o mercado. Eles fornecem mais proteína que a carne. Deverá ser rotulada de FONTE ALTERNATIVA DE PROTEÍNA. (porque muitas pessoas ainda rejeitam ideias de comer insetos).

Personometria: Existe um aplicativo chamado “moodies” (estados de humor) que já é capaz de dizer em que estado de humor você está. Até 2020 haverá aplicativos que podem saber se você está mentindo pelas suas expressões faciais. Imagine um debate político onde estiverem mostrando quando as pessoas estão dizendo a verdade e quando não estão.

Câmeras identificam idade, gênero estimam altura e peso. Reconhecimento facial unificado a um bom bigdata e serviço cognitivo personaliza o atendimento.

Dinheiro Virtual:
O BITCOIN pode se tornar dominante este ano e poderá até mesmo tornar-se em moeda-reserva padrão. Isso sem contar os milhares de bancos on-line, cartões de crédito virtuais que diminuem a necessidade de interface e conseguinte pessoas trabalhando para fornecer melhores taxas e juros mais baixos. As greves de bancos são cada vez menos problemáticas para a população como um todo.

Longevidade:
atualmente, a expectativa de vida aumenta uns 3 meses por ano. Há quatro anos, a expectativa de vida costumava ser de 79 anos e agora é de 80 anos. O aumento em si também está aumentando e ao redor de 2036, haverá um aumento de mais de um ano por ano. Assim possamos todos viver vidas longas, possivelmente bem mais que 100 anos.

Tecnologias:
Algumas tecnologias já são conhecidas do grande público, outras as pessoas sequer entenderam ao que se refere ou mesmo nunca ouviram. Abaixo apresento o Mapa que Dion Hinchcliffe com as tecnologias atuais



Vale a pena definir alguns conceitos

“Tática é saber o que fazer quando há o que fazer; estratégia é saber o que fazer quando não há nada a fazer” Savielly Tartakower (Gran-Mestre Enxadrista e Jornalista)

Incremental, que conduzirá melhorias significativas em algo, seja em infraestrutura, nos processos atuais, no design ou mesmo no conceito de uso.

Disruptivas, em geral uma criação original, uma nova combinação de coisas (pra ser o mais genérico possível) para fazer algo novo, resolver problemas de formas diferentes, criação de um novo mercado (troca ou queda de mercados existentes), algo que saia totalmente novo.



Resumindo

Cuide da sua vida, trate seu corpo com alimentacao saudável e exercícios moderáveis pois em 15 anos muitas doencas serão curáveis e órgãos, membros e outras partes de nosso corpo estarão disponiveis em lojas regularmente constituídas.

Seja mais e tenha menos, se dedique a fazer o melhor sempre, mesmo que seja dormir melhor, descansar melhor, comer melhor. Busque sempre ser o melhor, pode até ser mediocre, mas não tente ser mediocre, tente ser melhor.

Cuide das pessoas que você Ama, Ame muito mais. Seja feliz com sua família, seus amigos e principalmente trate bem o próximo, viva com qualidade e não com quantidade, APRENDA SEMPRE!

Amor é eterno e o melhor sentimento do mundo!


Texto adaptado por Daniel Bronzeri Barbosa unindo o discurso de Udo Gollub (Messe Berlin para o encontro da Universidade Singularity), conceitos de Dion Hinchcliffe (ZDNet).