sexta-feira, 30 de abril de 2021

Ahhh para com isso...

Ainda que eu ande
No vale do jequitinhonha
Vendendo em fusca, pamonha!
Quero o troco em moeda.

E assim louvado seja.
O petisco, a lambada e a cerveja.
O boteco de cada dia.
Que nos trás tanta alegria.

Que não nos falte carvão.
Na churrasqueira do quintal.
Pra brasa do nosso pinhão.
Da festa junina ao natal.

Quero um lindo braseiro.
E que seja cheio de graça.
Pro nosso arroz carreteiro.
E pra famosa farofa.

E se acabar tudo enfim.
Quero uma dose pra mim.
Jogo um bolinho pro santo.
E deve acabar em pranto.
Sentando no chão do banheiro.
No seco doeu chuveiro.
Do alto do meu ego.
É o que mais eu nego.
Cego!

sábado, 17 de abril de 2021

O caminho...

De tanto pensar em ti.
Me perdi de mim.
Procurei novo início aqui.
Mas só encontrei o fim.

Andei por vias escuras.
Passei por muitas agruras.
E nem sei o que decidi.

E entre idas e vindas.
Perdi muitas horas e ainda
De me diverti, esqueci!

A chegada não é o objetivo.
Aprender a andar o caminho.
Recriar para nós um destino.
De explorar todos nossos sentidos.

E vim ver muito mais que viver!

segunda-feira, 5 de abril de 2021

O ciclo infinito

Ontem era o fim.
Hoje é o recomeço.
Se parar esse mundo, eu desço!

Aí de mim.
Desistir assim.
De algo que desconheço.

Quero ter enfim.
Um pedaço do fio.
Que eu teço.

E estando afim.
Numa hora ruim.
Aconteço.

Se amanhã nasce o sim.
Esperança do berço.
Crio outro universo.
E começo!

desencantos

De todas as casas do mundo passei da sua.
De tantos corpos no mundo errei o teu.
Vivendo entre meses e anos em uma loucura.
Divido o tempo em segundos e que não são meus.
E olhando do alto do morro, 
O fundo do poço é um breu.
O cheiro do medo atiça esse monstro.
No escuro olho o espelho e sou eu.
Duas vezes por dia.
Até acerta um relógio quebrado.
E fico mais uma noite fria.
Sem ter você ao meu lado.
São vidas que acabam vazias
Suspiros que faltam o ar expirado.
A tosse, o cansaço e a demora.
O sono que some, evapora virado.
Se ainda tivesse saída.
Se for só ficar isolada.
Se fosse aplicar a vacina.
Se eu soubesse a entrada.
Tapar o sol com a peneira.
Secar gelo em barricada.
Vender nó pra benzedeira.
Rezar e pagar pra beata.
A máscara da costureira.
O bolo na cozinha improvisada.
A água que escorre na torneira.
Fazendo uma arte abstrata.
O corre da entrega ligeira.
A compra de vento em lata.
Consulta on-line doutora faceira.
O curso que vende bravata.

Viver é uma eterna besteira.
E Amor já não rima com nada...