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quarta-feira, 24 de abril de 2024

O dia da marmota

Mais um dia do sol nascendo sem você.
Mais uma noite mal dormida.
Uma boa memória vencida.
E a lembrança de uma vida.
Que um dia foi de dois.

Todo dia faço tudo sempre igual.
O velho caminhar pra padaria.
A casa ainda continua vazia.
A louça suja sobre a pia.
Esperando a volta de quem não virá!

A distopia venceu o sonho.
Ando tristonho e carente.
Como um velho cão sem dente
Brincando com um osso pungente.
Sem esperanças de roer.

E quando a caneta cai eu volto.
Depois de um dia de trabalho.
De carregar todo o fardo.
Prostrado febril, suo e ardo.
A virar o quadrado de canais da TV.

Paro, me banho, depois deito.
Não é meu feito, é o que tenho.
De tudo que eu mais desdenho.
O travesseiro pra esconder meu anseio.
De deitar de onde venho em bagunça.

Mas tudo esta arrumado.
No quarto que guarda escondida.
Cama branca, lisa, limpa.
Inodora, sem graça, sem vida.
Insipida e sem historias pra contar.

Enrolo prum lado e pro outro.
Meu pensar solto e atrasado.
Se revira e aquece o telhado.
Minha sina é nao estar ao seu lado.
E fadado a Amar sem receber...