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sábado, 12 de setembro de 2020

Rotina do Cotidiano

Todo dia quero estar...
E se possível também ver...
Da hora de acordar...
Ao momento de morrer.

Vou até ali...
Fazer o que não fiz!
Falar o que não vi!
Pegar o que não quis.

Já na volta passo...
E não consigo desviar.
Aconteço de me encontrar.
Onde não estava.

Paro um tanto.
Encontro um manto.
Num trem eu monto.
Pra chegar no mato, atrás do prédio.

E se no canto.
Não te encontro.
Me encanto.
E canto contra um conto.

Por um instante
Fico tonto.
Já não é o ponto.
Então vou num traço.

Numa reta chego fácil.
E no pique logo faço.
Fica certo de fato.
E perto no pátio.

Ainda passo no poço.
Pego a louça e ouço.
Um prato que bate no outro.
E trago o fino no corpo.

Já é hora de deitar.
E o dia não acaba.
Mesmo com cair da noite.
Escura e calada.

O silêncio é mudo.
Ou eu que estou surdo.
Num cego escuro.
Do nada eu durmo...