terça-feira, 2 de abril de 2024

Vergonhosa punheta

Senti vergonha!
De me masturbei ao seu lado.
Algo que me assombra.
Pois me sinto julgado. 

Sua pele descoberta, nua.
Da bunda a nuca.
O toque, o cheiro, o abuso. 
Me senti confuso. 

Tinha seu consentimento,
mas foi bem diferente.
Perdi o controle ou o jeito.
Será que sou eu ou a gente?

Não sei meu caminho.
Se para ou sigo adiante.
Aquilo mexeu comigo.
De um jeito frustrante. 

Parece uma necessidade.
Punheta nessa idade?
Só pelo esporro, para extravasar. 
Que porra é essa, de ejacular?

E no fim fico ali prostado.
Ao seu lado, melado...
Com vontade de me esconder.
O que eu fui fazer???

Sozinho não mais consigo.
Não tenho estímulo suficiente.
Preciso estar contigo.
Pelo menos no mesmo ambiente.

Qual será o meu defeito?
Perdi o caminho pro meu alívio.
Cheio de meus preconceitos.
Mais um ridículo ativo.

Preciso de uma parada.
De uma bússola moral.
Que faça da presença ousada.
A distância do meu pau.

Não quero mais madrugada.
Isso não está natural.
Quero namoro na murada. 
Sem a urgência do final!