Vergonhosa punheta

Senti vergonha!

De me masturbei ao seu lado.

Algo que me assombra.

Pois me sinto julgado. 

Sua pele descoberta, nua.

Da bunda a nuca.

O toque, o cheiro, o abuso. 

Me senti confuso. 

Tinha seu consentimento,

mas foi bem diferente.

Perdi o controle ou o jeito.

Será que sou eu ou a gente?

Não sei meu caminho.

Se para ou sigo adiante.

Aquilo mexeu comigo.

De um jeito frustrante. 

Parece uma necessidade.

Punheta nessa idade?

Só pelo esporro, para extravasar. 

Que porra é essa, de ejacular?

E no fim fico ali prostado.

Ao seu lado, melado...

Com vontade de me esconder.

O que eu fui fazer???

Sozinho não mais consigo.

Não tenho estímulo suficiente.

Preciso estar contigo.

Pelo menos no mesmo ambiente.

Qual será o meu defeito?

Perdi o caminho pro meu alívio.

Cheio de meus preconceitos.

Mais um ridículo ativo.

Preciso de uma parada.

De uma bússola moral.

Que faça da presença ousada.

A distância do meu pau.

Não quero mais madrugada.

Isso não está natural.

Quero namoro na murada. 

Sem a urgência do final!

Se toca...

Deitadinha...

Gostosa,

excitada,

pelada,

toda prosa.

Se tocando,

masturbando,

tocando a buceta,

fazendo careta.

Ficando rosada,

toda encharcada,

suando em bica,

querendo uma pica.

Sentindo arrepio,

do quente ao frio,

os peitos durinhos,

mais que dois pontihos.

Bicos de tesão,

querendo uma mão,

quente,

ardente,

suada,

molhada,

ousada.

Acelera,

aperta,

avança,

não cansa,

se abre,

desabe,

te ouço,

seu gozo,

chegando,

estourando,

molhando,

o chão,

o colchão,

o edredon.

Se solta,

a louca,

em meus braços,

enlaço.

Você!

Toda nudez será castigada?

Dizem que toda a nudez será castigada, mas porque? Por quem? Seriam os deuses tão impiedosos que não admiram a própria criação?

A beleza do corpo, seja ele novo ou velho, gordo ou sarado, com suas peculiaridades e sem a perfeição de photoshops ou lentes.

Os artistas assim compreendem principalmente os renascentistas que nos mostravamas perfeitas imperfeições dos corpos. Impossível imaginar uma mãe, uma mulher sem suas curvas necessárias. Impossível não sonhar com bundas, seios, pés, nucas, cabelos longos ou curtos, pelos eriçados, braços carinhosos, coxas, panturrilha, mãos...

Não podemos censurar isso, principalmente de crianças, são nelas que criamos estereótipos, é na fase de criança que desenvolvemos a vergonha pelo corpo, como desenvolvemos a vergonha da masturbação, a vergonha do desejo, a vergonha do querer.

Não acho certo vulgarizar e tornar crianças em pequenas adultas, em sexuallizar as criancas, mas sim deixar que aprendam que o que é belo pode ser mostrado sim. depende do seu querer. Que o que é bom deve ser feito, depende da sua responsabilidade. Que o desejo deve ser saciado, mas mantendo sempre o respeito ao próximo e principalmente a si mesmo. E que a masturbação, por exemplo nada mais é do que a saciedade de um desejo, de um auto-desejo, sem esquecer as benesses que este auto-conhecimento trará a pessoa.

Não podemos aceitar sim o exagero, exagero só é bom no Amor e mesmo assim a quem duvide disso.

Não castigue a nudez. Promova a paz. Promova o belo.

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Continue a nadar... continue a nadar...