A muito, muito tempo atrás!
Em uma terra muito distante.
Um cara tinha o dom da palavra e levava muita gente no bico, com aquele ar de hippie, chinelão de dedo e túnica, cabelão desgrenhado e barba mal feita, mas falava boas verdades e doces mentiras para a galera que o louvava como um Deus.
O cara tinha ganho uma graninha, Roma cobrava um imposto fudido e ele precisava dar um jeito de sumir, mas rodou na mão da Legião Romana... Queriam atirá-lo aos Leões, mas eles estavam saciados com um tal de Daniel, resolveram então levá-lo pro alto da colina e colocar ele numa cruz, fazendo cócegas intermináveis até que ele desmaiou.
Todos disseram que ele era Santo porque como santo ele sabia morrer. Fizeram um enterro simbólico e não viram que ele estava vivo e sorrateiramente fugirá de lá...
Mas como todo bom pregador, foi curtir uma vida mais hedonista nas paradisíacas praias ibéricas e depois nas gregas, só que a grana acabou, a vida ficou custosa e sua pregação não pegava por lá... Mas as notícias que vinham de outras terras era que sua partida era fortemente sentida e seus seguidores, curtiam suas histórias (mesmo distorcendo fortemente) e retuitavam feito loucos suas palavras.
Ele pensou VOU VOLTAR...
Calculou com a ajuda do Sol e da Lua o dia ideal para a volta, viu um casal de coelhos e pensou vou num pulo e volto no outro. Junto uma grana e boas. Era pleno outono, o inverno tinha ficado para trás e os populares aravam a terra para prepara-la para o inicio das chuvas do verão que começaria no final de semana seguinte quando os aldeões com suas pás coavam a terra. Ele pensou já que as PÁS COA a terra então colherei o que puder um domingo antes.
E lá foi ele crente de que tudo ia dar certo.
Mas ledo engano, quando ele despontou no alto da colina, com aquele céu fechado se abrindo em um clarão de luz que só as prévias de chuva poderiam fazer, até Maria Madalena gritou, irmão, seu filho da mãe, onde esteve...
As pessoas pegaram galhos nas árvores para correr atrás dele, gritando Erramos, Erramos... E correram por dias a fio, só que no domingo (aquele antes das pás coarem) ele cansou de se esconder subiu no local que caia mais raios e segurou um pedaço de ferro fundido... Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes, aquela foi a primeira vez que um raio saiu da terra para encontrar uma nuvem e pulverizou o cara.
Muitos ainda corriam com os galhos em sua direção e viram ele morrer, outros só ouviram a história que viram na telejornal do tambor na noite seguinte, dizendo que um cara havia subido aos céus do domingo que eles confirmaram que erraram a indicação de morte desse cara... O famoso domingo de erramos.
Alguns contam que ele realmente tinha morrido e que sendo o Sr. das palavras voltou para seu pai em uma nuvem branca (balela pois na época as nuvens são pesadíssimas).
Para as crianças não lembrarem deram uns chocolatinhos para elas e contaram histórias fictícias.
Mas é isso que aconteceu. No famoso Domingo de Erramos, com o tempo o ER sumiu (assim como a série) e para lembrar que correram atrás daquele cara com os galinhos eles se reúnem e ficam abanando os galinhos em direção a imagem do cara.
Em tempo, esse cara não é o Roberto Carlos, nem eu.
Trecho tirado do Livro: A história como deveria ser contada.
Mais um fascículo da coleção: Histórias pra Boi Dormir
Da Editora: Lunática
Autor: Danibron Barbosa
ISBN: Ainda não disponível