Enquanto houver paciência.
Construiremos nosso Amor.
Mesmo no mar de incerteza.
Ou na onda errante em dor .
Ponho as cartas sobre a mesa.
Sem mais, nenhum, pudor!
Nado conta a correnteza.
Me deixo ir onde for.
Com a benção da mãe natureza.
Assopro a vela e respiro a flor.
Se me procuro no escuro.
A luz da estrela me cega.
Não estou, assim, quase puro.
Seu veneno é o que me rega.
Mergulho no mar obtuso.
Vou fundo sem muita pressa.
Voltando a tona confuso.
Puxo o ar que me resta.
Sou eu frente a frente no muro.
Quadrado, sem nenhuma aresta.
Procuro um abraço calmante.
Espero que me dê, o seu sim.
Desejo estar como antes.
Um pouco mais longe do fim.
Chorar já não é o bastante.
O que me cativas assim.
Entendo o arfar sibilante..
Como a dor de pedras no rim.
Desejo te ter mais um instante.
Pois estou a perde-la de mim.
Razão já não liga pra conta.
A arte esta presa ao museu.
A vida que quer ser a dona.
A mando de quem se perdeu.
E sobe assustada a pamplona.
Um sabre que corta meu céu
Fugindo da rua e da zona.
Da soma, da sorte e de Zeus.
Fugindo da morte matrona.
Amar e dar graças aos meus.