quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Saindo da rotina...

Durante 25 anos eu folguei no dia do meu aniversário, desde 1999 quando eu ainda era estagiário, tinha apenas 19 anos eu folgo, era o meu dia de paz, um dia pra ficar de boa, sem stress, sem correria. As vezes por escolha estive com meu pessoal, mas nunca por necessidade ou qualquer outro sentimento de obrigação.

E isso se quebrou. Mais um encanto que se perde, mais uma rotina que se vai. A tradição termina e nem ligo mais, virou um dia comum!

E assim percebemos o quanto abro mão de mim mesmo, por uma aceitação que não virá.  Por uma ilusão difusa de que se eu me esforço mais issozinho eu consigo, vai dar certo, vão perceber...

Não, não vão. E como não falo com todas as letras, todas as palavras, com uma sentença objetiva e retumbante. Não sabem da insatisfação. Não percebemos o descontentamento.

Vivo um teatro, dia após dia, esperando que a plateia perceba que o palhaço está triste, que a alegria morreu, que o sarcasmo na verdade é um grito mudo de desespero angustiado.

Durmo cedo e acordo antes do necessário. Mas o que né necessário se o sono não aparece, se o corpo não obedece, se tudo que cresce é o vazio no peito. Desse jeito! Incessante,  impotente, deslizante, inconsequente, consciente, delirante...

Um não sei o que,  preso não sei onde, por não sei quem.

A busca por energia num gole em alumínio retorcido. Eletrólitos sem movimento. Desistência, insegurança e sequência de ações desnecessárias.

A área que não absorve nada. A luz que não reflete,  o estado inerte do movimento parado. Um estado de coma, prum não alcoolizado. A falta de escolha, também é opção, também está adulterado. Um momento de tiro antes do assalto. 

Um bom fim, sem recomeço, sem distrato...